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Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas exalta trabalho de servidores e promove integração com o setor privado e de pesquisa

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Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas exalta trabalho de servidores e promove integração com o setor privado e de pesquisa
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Promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, (Mapa) acontece nesta semana, entre os dias 25 e 29 de novembro, o Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas, em Brasília.

Oevento tem como objetivo estreitar relações entre os principais players da exportação de produtos brasileiros e conta com a presença de autoridades do Ministério das Relações Exteriores (MRE), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Pesca e Aquicultura (MPA). Também farão parte das mais de 500 reuniões previstas 12 representantes da Apex no Brasil e no Exterior, 35 representantes de organizações do agronegócio nacional e 40 adidos agrícolas brasileiros.

Durante a abertura do evento, a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá destacou a importância da aproximação propiciada pelo evento, bem como do trabalho dos Adidos Agrícolas. 

Segundo ela, uma informação recém descoberta é que os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) estocam 30 kg de carbono por árvore em um ano, quantidade superior aos 20 kg resultantes da monocultura. Mas muitas vezes esses dados ficam restritos à comunidade científica. Por isso a importância de divulgar essas informações aos representantes diplomáticos, pois são eles que vão propagá-las pelo mundo. “Os nossos adidos mostram a qualidade do agro brasileiro para o mundo todo, fortalecendo nossa imagem. Isso inclui reconhecer a excelência da pesquisa agropecuária”, defendeu.

Atualmente o Brasil possui 281 mercados abertos para produtos agropecuários em 61 destinos, e 40 adidos agrícolas. Na segunda-feira, o Ministro Carlos Fávaro recebeu os servidores já atuantes e deu as boas vindas aos 11 recém chegados por meio do último concurso realizado, com uma mensagem de incentivo. “A vocês, adidos, cabe identificar as oportunidades de cada país, para fortalecer o agronegócio brasileiro. Juntos, vamos aumentar a eficiência do setor e gerar mais empregos.”

Os Auditores Agropecuários e a Adidância Agrícola

Priscila Moser- Costa Rica

Para Priscila Moser, que assumirá o posto recém aberto de adida na Costa Rica, o momento é de estruturar a relação bilateral entre os dois países. 

“Estou muito entusiasmada com essa nomeação para a Costa Rica, pois é um posto bastante interessante. O país, que tem carnes, ovos, material genético, animais vivos e outros subprodutos entre os itens de interesse oriundos do Brasil traz consigo um potencial muito importante para expandir a pauta agrícola dos produtos do agronegócio brasileiro”, afirmou.

Apesar da estrutura física da adidância ainda estar sendo providenciada junto ao Itamaraty, a Affa já tem atuado garantindo significativos acordos de cooperação entre os dois países.

Desde que assumiu o posto, a representante do Brasil em assuntos do agronegócio votou favoravelmente a uma interlocução com o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura, (IICA), cuja sede é na Costa Rica. O organismo, que também possui uma unidade de atuação no Brasil, é especializado em promover apoio aos 34 estados membros na busca de um desenvolvimento agrícola sustentável e do bem-estar rural.

Segundo Priscila, que já atuou como adida agrícola na Argentina, o desafio de abrir um novo posto e consolidá-lo como junto às autoridades do agronegócio é grande, mas a experiência passada será de grande valor nessa nova etapa. 

“Existe uma diferença muito grande entre a Argentina e a Costa Rica, já que o primeiro é um mercado bastante consolidado com o qual existe uma relação bilateral agrícola intensa e constante. A Costa Rica é um país com outro perfil, em que essa relação ainda será construída. Ainda assim, a experiência que a gente conquista como adido em um posto é riquíssima e certamente vai contribuir no desafio de estabelecer essa interlocução que será benéfica não só para o Brasil e para Costa Rica, mas também para os países da América Central como o Caribe, e os países e os estados-membros do Instituto Interamericano”, finalizou.

Ângelo Queiroz – Índia

Um pouco mais distante das Américas, o Auditor Agropecuário e Adido Agrícola na Índia, Ângelo Queiroz destacou a importância e os diferenciais que um profissional da carreira de Affa agrega ao trabalho da adidância. 

Em virtude da mega diversidade cultural, étnica, ambiental e até mesmo da gigantesca população que possui, a índia é um país que representa um universo de oportunidades e possibilidades de colaboração com o Brasil, mais especificamente com a agropecuária brasileira. E o trabalho da adidância agrícola, de alguma forma expressa essa mesma magnitude, em relação ao número de temas, de componentes, de dimensões com os quais a gente lida e que precisam ser compatibilizados e considerados, avaliou.

“Em função de tudo isso, o adido agrícola tem de possuir um conjunto de habilidades e características que vão muito além da questão simplesmente do conhecimento técnico. São necessárias também habilidades sociais técnicas de um instrumental que leva em conta todas essas dimensões. Dessa forma, a carreira de Auditor Fiscal Federal Agropecuário, composta por várias formações profissionais que interagem entre si de maneira a dar conta de todos esses temas diversos temas, contribui muito para o trabalho da adidância devido a essa multiplicidade de formações e abordagens.”

O servidor compartilhou também  importantes resultados obtidos neste ano, assim como algumas estimativas para 2025.

“O ano de 2024 foi marcado pela atuação múltipla em diferentes dimensões e vertentes. Tivemos o avanço de negociações que estavam em discussão há algum tempo, como a abertura de mercado para o material genético bovino e os frutos de abacate. Da mesma forma atuamos também na vertente da política comercial, a fim de melhorar a condição de acesso aos produtos brasileiros, para que eles cheguem ao país de forma competitiva e atrativa; e por fim atuamos ainda na frente de inteligência, promoção comercial, atração de investimentos e cooperação técnica, na qual tivemos a celebração de entendimentos para a cooperação entre organismos de pesquisa e de governo entre os dois países” disse.

Para ele, eventos como o Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas contribuem de forma significa para o alcance dessas metas, já que propiciam um ambiente de aprendizado, troca de experiências e refino de estratégias não só entre os adidos, mas também com o corpo técnico de outras casas, como o Itamaraty e a Apex, “além de nos trazer novo fôlego para os desafios do próximo ano”, finalizou.

Daniela Aviani – Austrália

Em mais um continente, desta vez na Oceania, a Auditora Fiscal Federal Agropecuária e Adida Agrícola na Austrália, Daniela de Moraes Aviani avalia que a atuação como Affa há mais de 20 anos, possibilitou a ela a combinação de capacitações, experiências e trocas que facilitam antever o alcance e o impacto das ações que adota na adidância. 

“Ter participado de regulamentações e acompanhado implementação de normas agropecuárias me permite ter uma visão estratégica sobre as demandas do setor, facilitando o diálogo com parceiros internacionais com maior precisão e embasamento técnico. Acredito que combinar conhecimento dos regramentos com diplomacia agrícola fortalece as oportunidades de promover os interesses do Brasil no exterior, garantindo segurança e qualidade nas negociações.”

Daniela lembrou ainda que a adidância na Austrália atua também em outros quatro outros países: Fiji, Ilhas Salomão, Papua Nova Guiné e Vanuatu. De acordo com ela, em todos esses países, o principal desafio é entender os regulamentos para além do que está escrito. 

“Estar familiarizada com os costumes é fundamental para construir relacionamentos com as autoridades locais. É determinante também para navegarmos entre diferentes setores do governo e da iniciativa privada e para avançarmos em áreas de cooperação, por exemplo. É um universo de possibilidades que precisa ser mapeado, com o olhar do agro, quando chegamos ao país e isso requer tempo.”

Diante desse cenário, ela finalizou avaliando em concordância com o colega adido da Índia que estar reunida com colegas que estão na mesma situação, e com instituições e entidades apoiadoras que possuem interesses nessas regiões, traz consigo um certo conforto “porque descobrimos que passamos por desafios semelhantes em diferentes momentos. Mas sobretudo, essas trocas de experiências nos ajudam a enxergar estratégias diferentes para lidar com as dificuldades”, compartilhou.

Além dos debates e paineis técnicos, até o fim do evento está previsto ainda o lançamento do Programa Exporta Agro, um portal que fornecerá um calendário unificado de eventos internacionais organizados pelas principais instituições governamentais e quase duas mil vagas para empresas, cooperativas e produtores rurais desde os micro aos grande portes, garantindo participação nos mais importantes eventos mundiais.

Saiba mais sobre o evento no perfil da Apex Brasil no Instagram.

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