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Recomendações e boas práticas para atividades em áreas com a presença de mamíferos aquáticos para prevenção da IAAP

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Medidas de biossegurança aplicadas às vestimentas, veículos e equipamentos são essenciais para pessoas que transitam em áreas infectadas pela IA e para aqueles que têm contato com animais suscetíveis ou suspeitos devido ao alto risco de disseminação. 

Há evidências de que não há benefícios em tentativas de controle do vírus em mamíferos aquáticos e aves silvestres através de abate ou destruição de habitat. Em vez disso, é importante melhorar a vigilância e a biossegurança em locais de reprodução de espécies de aves marinhas vulneráveis e em locais com ocorrência de mamíferos aquáticos.

É fundamental compartilhar informações sobre a ocorrência da IA com pesquisadores ou técnicos de outras instituições, estados ou países vizinhos e qualquer informação relevante deve ser comunicada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outras instituições envolvidas.

Em países/regiões onde surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) foram registrados em 2021-2022, é recomendado evitar trabalhos de rotina em locais de agregação de aves silvestres e mamíferos aquáticos ou reprodução de aves marinhas, quando possível. Quando o trabalho de campo nesses locais for essencial, é necessário desinfetar completamente todos os equipamentos de campo usados antes da reutilização.

Qualquer pessoa que necessite manusear animais doentes ou mortos neste contexto deve seguir rigorosas medidas de biossegurança, ser devidamente treinada, lavar as mãos regularmente e usar Equipamento de Proteção Individual (EPI – máscara facial N95, cobertura para os olhos, luvas) descartável ou adequadamente desinfetado.

Evitar o uso repetido de roupas (especialmente calçados) e equipamentos (especialmente itens que entram em contato com animais) sem primeiro limpá-los e desinfetá-los (lavar com água e sabão e mergulhar ou pulverizar com desinfetante a base de hipoclorito de sódio ou amônia quaternária (por no mínimo 10 minutos). Quando possível, empregar um conjunto de substituições para cada item que possa ser usado e limpo enquanto continua o trabalho. 

Descartar itens usados/sujos, como luvas, máscaras faciais, seringas e outros resíduos de risco biológico em sacos duplos ou recipientes próprios (por exemplo, recipientes de descarte de agulhas), borrife com desinfetante antes de deixar o local de trabalho e descarte como resíduo contaminado em local apropriado (“lixo hospitalar”).

Antes e depois de trabalhar com animais suscetíveis /suspeitos ou entrar em contato com suas secreções, lavar as mãos e os braços com bastante água e sabão. O desinfetante para as mãos (gel com concentração de 60 a 90% de etanol) pode ser aplicado para reforçar a desinfecção, mas não deve substituir a lavagem adequada das mãos. Lembrar que os desinfetantes para as mãos só funcionam efetivamente após a remoção da sujeira com a lavagem das mãos. A higiene das mãos é particularmente importante antes de comer ou fumar.

Não manusear animais diferentes sem primeiro lavar bem as mãos ou trocar as luvas.

Usar calçados laváveis e impermeáveis (por exemplo, botas de borracha). Limpar os calçados com escova, sabão e água, na chegada e antes de partir de locais passíveis de contaminação pelo vírus (pode-se usar água do mar). Considerar colocar pedilúvios com desinfetante em trilhas para melhorar a higiene do calçado.

Ao manusear animais suscetíveis/suspeitos, usar roupas de proteção (macacões descartáveis ou laváveis), que devem ser trocados ou descartados após cada ocasião de contato. Armazenar as roupas usadas/sujas em sacos duplos e lavá-las e desinfetá-las adequadamente na base das operações. Evitar usar máquinas de lavar de casa, se possível. Caso contrário, deixe as roupas de molho em sabão e desinfetante por algumas horas antes de lavá-las (desde que sejam lavadas à mão antes da imersão se estiverem muito sujas com matéria orgânica).

Manter um registro das visitas aos locais com registros da presença de mamíferos aquáticos. Essas informações podem ser fundamentais na investigação de doenças incomuns ou eventos de mortalidade, permitindo que os investigadores rastreiem contatos e fontes potenciais de infecção.

Profissionais que tiveram contato com mamíferos aquáticos ou locais suspeitos de contaminação por influenza aviária devem evitar ao máximo visitar estabelecimentos comerciais avícolas ou criações “de fundo de quintal” por pelo menos 48 horas, tendo em vista que as aves de criação comercial, tais como frangos e galinhas, são altamente sensíveis à IAAP. Da mesma forma, profissionais que tiveram contato com estabelecimentos comerciais avícolas devem evitar contato com mamíferos aquáticos ou frequentar locais onde os mesmos são avistados, por pelo menos 48 horas e após limpeza e desinfecção adequada.

A desinfecção de equipamentos exige que as superfícies sejam limpas com sabão/detergente e água, seguida de imersão ou pulverização com água sanitária (hipoclorito de sódio 10%) ou álcool desinfetante (etanol 70%), deixando agir por no mínimo 10 minutos. O álcool isopropílico é recomendado para desinfetar equipamentos eletrônicos. A solução de água sanitária deve ser preparada fresca todos os dias. Desinfetantes não devem ser aplicados no ambiente ou em carcaças.

*Esta Informação Técnica foi elaborada com base na INFORMAÇÃO TÉCNICA CONJUNTA 01/2022/DSA/SDA/MAPA (SEI 13280889).

Fontes:
Ministério do Meio Ambiente
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos

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