A última segunda-feira (14/4) marcou o Dia Internacional do Café. O produto, indispensável no cotidiano da maioria dos brasileiros e “queridinho” no exterior, vem acumulando sucessivas altas nos preços desde o ano passado.
Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, o preço do café moído acumula alta de 30% no ano (janeiro, fevereiro e março). Só em março, o valor do produto subiu 8,14%.
Ao observar os últimos 12 meses até março, a situação fica ainda mais preocupante. O café moído ficou mais caro 77,7% nesse período.
Na alimentação fora de casa, o cafezinho subiu 3,48% em março, 6,79% no ano e 12,26% nos últimos 12 meses até o mês passado.
O encarecimento do café está relacionado a uma combinação de fatores, incluindo eventos climáticos (com escassez de chuvas e secas), alta demanda do setor externo e até impactos de crises econômicas globais.
Para o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), a expectativa é de que o preço do café continue elevado a curto prazo. Segundo a Anffa Sindical, uma eventual queda “depende de uma safra excepcional”, considerada “incerta”.
Inflação segue pesando no bolso
Os preços de bens e serviços do país subiram 0,56% em março, maior variação para o mês desde 2023. Com isso, o Brasil tem inflação acumulada de 5,48% — acima do teto da meta, que é de 4,50%. No ano, acumula alta de 2,04%.
A guinada do IPCA em março foi influenciada pelo aumento de 1,17% de Alimentação e bebidas, com maior peso no índice. A inflação dos alimentos teve impacto de 0,25 ponto percentual — o que corresponde a cerca de 45% do índice geral.
Contribuíram para o resultado de março:
- as altas nos preços do tomate (22,55%), do ovo de galinha (13,13%) e do café moído (8,14%).
- as quedas nos preços do óleo de soja (1,99%), do arroz (1,81%) e das carnes (1,60%).
A alimentação no domicílio (ou seja, o preço dos produtos nas gôndolas dos mercados) cresceu 1,31%, o que indica aceleração na comparação com o mês anterior, quando registrou avanço de 0,79%.
