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Novas ferramentas para fortalecer sindicatos públicos foram debatidas por especialistas

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No III painel do VI Conaffa, representantes do Dieese, Sindilegis e do ANFFA avançaram em discussões iniciadas no dia anterior, em busca de fortalecimento dos sindicatos na luta por melhorias nas carreiras públicas

O economista e assessor técnico do Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Thomaz Ferreira Jensen, iniciou sua análise sobre o tema do III painel “Inovações nos enfrentamentos do movimento sindical”, mediado pela delegada sindical de Roraima, Ludmila Saboya. Com fala embasada pela ação sindical no setor público brasileiro, focada em desafios nos enfrentamentos sindicais do momento, o economista abordou, basicamente, quatro dimensões desses enfrentamentos: o novo mundo do trabalho; o papel do estado brasileiro, que se molda em função da estrutura econômica do país, colocando desafios específicos para o movimento sindical brasileiro; citou ainda a dimensão da reforma administrativa, com foco no fortalecimento do Estado; e por fim, a dimensão de organização, mobilização e financiamento.

Na análise do economista, especialmente, nos últimos dez anos, as inovações de inteligência artificial, com a chegada do 5G ao Brasil permitindo conexão completa de logística, exigiu a formação de nova classe trabalhadora no país, que demandou adequações do movimento sindical privado, com outros elementos de negociação coletiva. “No setor público isso também se coloca. O que a gente tem visto, especialmente nos últimos quatro anos, no Brasil, é uma falta de capacidade da gestão de pessoas dentro do Estado, para lidar com essas inovações”, destacou e citou como exemplo o teletrabalho no setor público, com visão extremamente arcaica e instruções normativas que não fazem sentido.

Ressaltou o papel que o movimento sindical tem desempenhado nos contrapontos às fake news e de pautar temas como salário mínimo e outros. “Temas, essencialmente sindicais, estão na pauta desta semana”, afirmou e destacou a importância do estabelecimento de mesas permanentes de negociações coletivas.

Segundo o economista do Dieese, um aspecto essencial da contrarreforma trabalhista é a terceirização que precisará ser reavaliada por ter grande impacto no sindicalismo, especialmente no setor privado e mais ainda no setor público. “Por essa razão, essa aproximação do setor privado e público no enfrentamento sindical é crucial”, enfatizou e reforçou a importância do movimento sindical no setor público, com papel decisivo, porque de fato está pensando o Estado. “E essa é uma contribuição essencial para toda a classe trabalhadora do Brasil, de pensar que Estado é necessário para superação do subdesenvolvimento e da dependência. E quais são os requisitos para que se tenha serviços públicos que atendam os direitos da cidadania, tal qual a gente exige como estado de bem-estar social para superar as condições que a gente vive hoje”, concluiu.

Em outra avaliação sobre o tema, Alison de Souza, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), ressaltou a importância do trabalho do Dieese e do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) para a formulação de estratégias do movimento sindical, por contribuírem com a produção de conhecimento na atuação dos sindicatos. Alison afirmou que há dificuldade no enfrentamento pela “grande assimetria de forças”. Mencionou também o fato de os sindicatos serem extremamente reativos. “É preciso ter estratégia que não pode ser feita no dia do enfrentamento”, alertou. Alison também se manifestou sobre o entendimento equivocado que muitos filiados têm em relação ao papel do Sindicato. “Somos cobrados como presidentes para fazer entregas impossíveis”, lamentou e completou: “Sindicato não é uma loja”. Em seguida, recomendou aos filiados que apoiem quem está no comando do sindicato.

Mobilização

Nesse contexto, Serguei Brener, delegado sindical de Minas Gerais, avaliou os resultados da mobilização dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas), que durou sete meses e foi coordenada por ele. “A mobilização não acabou, mesmo com a extinção do comando nacional de mobilização. Agora, caberá à Direx, aos delegados e delegadas sindicais assumirem o protagonismo na liderança de Affas”, esclareceu e informou que 256 Auditores Agropecuários aderiram à greve.

Serguei trouxe números da estratégia usada para manter ativa a mobilização pela reestruturação da carreira, planejada ainda na pandemia. Contou que foram realizadas 33 reuniões virtuais para trazer esclarecimentos sobre ações contra a aprovação do PL do Autocontrole (PL 1.293/2021), assim como para se organizarem e evitar a aprovação da PEC 32 (Reforma Administrativa), além de 13 reuniões presenciais. “Enfrentamos um Congresso extremamente liberal e agressivo”, informou.

Veja a íntegra do Painel III – Inovações nos enfrentamentos do movimento sindical: 

 

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