Com informações de: Metrópoles. com
Na última semana, o Portal Metrópoles divulgou conteúdo que denuncia a proposta de privatização da inspeção de produtos de origem animal, alertada pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).
Demais veículos de mídia também voltaram seus olhos para a situação que ganhou novos contornos diante do ingresso do vírus da Influenza Aviária em granjas comerciais no Brasil, detectado no último dia 16/05.
Apesar disso, o Portal destacou que a fiscalização está presente e atuante dentro do setor de alimentos. “Diversos especialistas ouvidos reforçam que o país é um exemplo para o mundo no que se refere à segurança sanitária de alimentos, principalmente aqueles oriundos de animais.”
O informativo detalhou como se dá a fiscalização na área de indústria de alimentos, particularmente na avicultura. O serviço é dividido em duas grandes áreas: a Saúde Animal e o Serviço de Inspeção Federal (SIF). A Saúde Animal lida com a produção em si, os animais vivos, desde a reprodução até o frango que vai para abate ou poedeira, sendo gerenciada pelo Ministério da Agricultura (Mapa) em conjunto com as Secretarias Estaduais de Agricultura.
Já o SIF atua nos frigoríficos e locais de embalagem, realizando a inspeção sanitária dos produtos como ovos e carne, aplicando o controle de doenças nas aves e verificando o atendimento dos requisitos sanitários para emissões certificadas e importação. A fiscalização é considerada essencial para o cumprimento dos requisitos sanitários e para evitar crises.
O diretor de Comunicação e Relações Públicas do Anffa Sindical, Montemar Onishi também forneceu uma entrevista ao jornal, contribuindo com informações esclarecedoras durante a emergência da gripe aviária.
“Sem uma devida fiscalização, o vírus iria se espalhar rapidamente de forma muito fácil. Então, assim que infelizmente foi constatada a presença do animal contaminado, todas ações necessárias foram tomadas bem rapidamente.”
Relembrando a importância da fiscalização federal cujo foco é a garantia da sanidade dos alimentos entregues ao consumidor, Montemar chamou atenção para o fato de que o controle precisa ser ainda mais presente em doenças de alta mortalidade. “Sem a fiscalização adequada, existe sempre o risco da empresa pensar na questão de prejuízo, dos lucros e optar por esconder a informação”, alertou.
Nesse sentido, o diretor chamou atenção para a Portaria de regulamentação da Lei 14.515 que permite a entes privados pagos pelos próprios frigoríficos realizarem essa inspeção e alertou: “No contexto atual essa inspeção poderia ser transmitida para um veterinário privado, pago pelos próprios fiscalizados. Numa situação de risco, esse funcionário teria a obrigação, em tese, de informar ao Serviço Oficial sobre eventuais irregularidades, além de outras ações relacionadas. Porém, o salário dele está sendo pago pelo próprio frigorífico. Isso, para mim, é um conflito de interesses absurdo”, criticou.
De maneira enfática, o representante do Anffa Sindical pontuou que a fiscalização estatal atua com o interesse do país em mente, não com o custo individual da empresa e lembrou que essa privatização inicial poderia se estender para outras áreas dentro do agronegócio. “Se você não tomar a ação de testar, averiguar, fazer o exame o mais rapidamente possível, em questão de dias, questão de semanas, uma doença pode se espalhar para o país inteiro”, finalizou.
Foto: Anffa Sindical