Preso pela Polícia Federal na Operação Capitu, o ex-secretário de Defesa Agropecuária, Rodrigo Figueiredo, já havia sido alvo de protestos dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários na época da sua nomeação pelo MAPA, em 2013. Além de Rodrigo, o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e mais 14 envolvidos foram presos nesta sexta-feira (9) na operação que investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). (Saiba mais).
O então presidente do Anffa Sindical, Wilson de Sá, em agosto de 2013, quando Rodrigo Figueiredo, que não é servidor público, foi nomeado para o cargo de secretário da SDA, chegou a afirmar que a nomeação confirmava “as suspeitas de que a Defesa Agropecuária seria utilizada para arrecadar fundos para as campanhas eleitorais do próximo ano".
Nos meses subsequentes, os Auditores Fiscais Federais Agropecuários realizaram protestos por todo o Brasil, chegando a realizar greve por dois dias consecutivos. A queixa era de que o cargo deveria ser ocupado por servidor público da casa, escolhido por meio de processo meritocrático, um pleito antigo da categoria.
“Há anos o Sindicato já vinha denunciando que existia algo errado dentro do MAPA. Nesse tempo, alguns nomes já foram afastados e isso demonstra que sempre tivemos razão nas nossas ações de protesto”, afirma o presidente do Anffa Sindical, Maurício Porto.
Porto explica que somente por meio de processos meritocráticos é possível ter segurança de que cargos, como o de secretario de Defesa Agropecuária, não sejam usados politicamente.
“Se observarmos, todos os envolvidos em esquemas de corrupção dentro do MAPA não eram servidores da casa e eram indicados pela Presidência da República, por ministro ou secretário executivo. A gente apela para que todos os cargos dentro do MAPA sejam ocupados por meio de processo meritocrático, obedecendo critérios, onde somente servidores do MAPA que tenham competência, capacidade técnica, currículo e que apresentem um plano de trabalho para ocupar o cargo possam assumi-lo. Evidentemente que o cargo de ministro é um cargo político, e até em nível de Secretaria Executiva, também, mas os demais não”, afirma o presidente.