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Dia do cacau: fiscalização rigorosa protege produção nacional e consumidores

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O cacau é um dos produtos mais emblemáticos da agropecuária nacional e tem o seu próprio dia, celebrado em 26 de março. Além de movimentar a economia, a cultura é essencial para a fabricação de chocolates e diversos derivados, especialmente com a proximidade da Páscoa, período em que o consumo cresce exponencialmente. Porém, o cacaueiro, onde quer que seja plantado, é seguido por diversas pragas e entre elas estão as doenças fúngicas, responsáveis por elevadas perdas nas lavouras. Para a garantia da produção, os auditores fiscais federais agropecuários inspecionam desde as plantações, até o produto importado nos portos brasileiros.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), no ano passado, mais de 179,4 mil toneladas de cacau foram produzidas no país. Os principais estados produtores são Pará e Bahia.

Há, ainda, os procedimentos de importação das amêndoas de cacau, que se iniciam no quarto trimestre e seguem até o primeiro semestre do ano seguinte. Neste caso, elas desembarcam no porto de Ilhéus (BA) e têm como origem países africanos, como Gana e Costa do Marfim.

De acordo com o auditor fiscal federal agropecuário, Antonio Zózimo de Matos Costa, chefe da Unidade Técnica Regional de Agricultura em Itabuna (BA), a vigilância é feita buscando resguardar o agronegócio de pragas não existentes no Brasil. Em escala global, a doença de maior importância é a Podridão Parda (Phytophthora spp.), seguida pela Vassoura de Bruxa (Moniliophthora perniciosa) e a Monilíase (Moniliophthora roreri) do Cacaueiro. Estas três doenças juntas são responsáveis pela perda global de aproximadamente 30% na produção de amêndoas de cacau.

Segundo Zózimo, a notificação da monilíase no estado do Acre em 2021 acendeu um alerta para as demais regiões produtoras de cacau no Brasil e ampliou os esforços dos profissionais que atuam no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a erradicação da praga. “Este poderia ser o principal fator limitante da produção do cacau, a exemplo do que ocorreu na Costa Rica, em 1978, e no Peru em 1988. Daí, a importância de uma atuação rigorosa dos auditores fiscais federais agropecuários nos levantamentos fitossanitários de detecção da Monilíase do Cacaueiro nas regiões produtoras de cacau”.

O fruto é matéria-prima para a fabricação do chocolate, mas essa não é a sua única utilização. As sementes, também são usadas para a produção de cacau em pó e manteiga de cacau, sendo essa última empregada na indústria farmacêutica e cosmética. A polpa do cacau também é consumida e está presente na fabricação de geleias, licores, vinho e suco. Já a casca de cacau é utilizada na fabricação de alimentos para o gado.

O cacau também faz bem para a saúde. Ele tem poder antioxidante, anti-inflamatório e cardioprotetor, ajudando a reduzir a formação de coágulos.
Porém, ao escolher alimentos produzidos a partir do cacau, o consumidor deve ter atenção ao teor do produto, a fim de conseguir aproveitar as propriedades do fruto. É importante dar preferência aos produtos menos processados, que contam com menos quantidade de gordura e açúcares. Um exemplo é o chocolate com 70% cacau, que é mais saudável do que o chocolate ao leite.

Com a Páscoa se aproximando, período de alta demanda por chocolates, o papel dos auditores fiscais federais agropecuários se torna ainda mais estratégico, garantindo que o cacau utilizado na fabricação dos chocolates esteja em conformidade com as normas sanitárias e livre de qualquer risco à saúde pública. Por isso, o Anffa Sindical reforça a importância do fortalecimento da fiscalização para manter a excelência da produção brasileira, protegendo não apenas os consumidores, mas também a sustentabilidade do setor cacaueiro no país.

“A atuação dos auditores agropecuários é essencial para proteger a produção nacional e garantir que o cacau e seus derivados cheguem com qualidade e segurança ao consumidor. O controle sanitário previne impactos econômicos e fortalece a competitividade do Brasil no mercado global”, explica o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo.

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