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Aumento no consumo de mel no Brasil evidencia a importância da avaliação laboratorial, feita pelos AFFAs

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Em sequência à matéria que destacou o trabalho dos AFFAS no registro e fiscalização de mel no Brasil, o  Auditor Fiscal Federal Agropecuário Guilherme Eduardo Gomes do SIF 1672 – 8º SIPOA informa como acontecem as análises laboratoriais deste produto.

“Na fase de avaliação laboratorial, os estabelecimentos que recebem o mel dos apiários realizam, dentro de seus programas de autocontrole, diversas análises para verificar se o mel atende aos padrões estabelecidos no regulamento técnico do Mel (Instrução Normativa n. 11/2000), são elas:

  1. Verificação de características sensoriais: cor, sabor, consistência; 
     
  2. Análise de umidade para verificar se o mel está maduro e não foi colhido antes do tempo.;
     
  3. Avaliação da acidez (indicativo do estado de conservação e qualidade);
     
  4. Prova de Fiehe: utilizado para verificar se o mel foi adulterado com açúcar ou se foi aquecido acima do permitido;
     
  5. Prova de Lund: teste feito para analisar se o mel foi adulterado com albuminóides, como amido
     
  6. Testes de açúcares redutores: a fim de examinar se o mel não foi adulterado com açúcares;
     
  7. Teste do HMF (Hidroximetilfurfural): indica a qualidade e segurança do mel, podendo demonstrar se o mel não foi adulterado com açúcares ou se foi aquecido ou armazenado por longo tempo de maneira inadequada;
     
  8. Dentre outras, também para verificar adulterações (atividades diastáticas, sacaráticas, insolúveis, cinzas etc).

Além desses parâmetros, o MAPA realiza coletas oficiais de mel para verificar possíveis adulterações por meio do Programa de Avaliação de Conformidade de Parâmetros Físico-Químicos e Microbiológicos de Produtos de Origem Animal comestíveis (PACPOA), assim como a presença de drogas e resíduos possivelmente utilizados no tratamento das colmeias ou que as contaminaram por meio do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC).

Atualmente o MAPA fiscaliza três tipos principais de mel:

  • O mel floral produzido pelas abelhas africanas (Apis melifera), produzido a partir do néctar das flores;
  • O mel de melato produzido pelas abelhas a partir da secreção de partes vivas das plantas e excreção de insetos sugadores de plantas e;
  • O mel de abelhas sem ferrão, como por exemplo o mel produzido pelas abelhas Jataí, Mandaçaia, Mirim etc.

“Todos estes méis são suscetíveis a adulterações pela adição de compostos açucarados obtidos a partir do xarope de milho, amidos e/ou água”, explica Guilherme Gomes.

O  consumo de mel e outros produtos de abelhas nativas no Amazonas cresceu durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com dados do Canal Rural, de janeiro até a primeira semana de agosto de 2021, o volume embarcado chega a 35,87 mil toneladas. As projeções indicam que o país deve superar as 45,72 mil toneladas exportadas no ano de 2020. Nas receitas, o país já consolida US$ 118,2 milhões no acumulado de 2021, ante  os US$ 98,56 milhões registrados durante o último ano.

De acordo com mapeamento realizado em agosto de 2020 pelo Programa de Manejo de Agroecossistemas (PMA) do Instituto Mamirauá, no Amazonas, a alta procura ocorreu graças às propriedades medicinais e nutricionais que esses produtos potencialmente apresentam. Contudo é importante saber identificar o mel autêntico de produtos adulterados como ocorreu em Minas Gerais e São Paulo.

“O consumidor deve adquirir produtos devidamente registrados nos órgãos de fiscalização (SIF, SISBI, SIE e SIM) e  atentar-se para o preço do mel, se condiz ou não com o padrão do mercado. Além disso, uma dica importante é que o mel que cristaliza é um bom indicativo de qualidade e pureza. Sempre que desconfiar da qualidade do mel é importante que o consumidor entre em contato com os fabricantes e com os órgãos de fiscalização e de proteção ao consumidor.” informa o AFFA Guilherme Gomes. 

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