Identificar possíveis fraudes em azeites de oliva oferecidos em restaurantes e praças de alimentação do Rio de Janeiro foi o objetivo de uma ação realizada por auditores fiscais federais agropecuários, durante a semana em que se celebra o Dia do Cliente, em 15 de setembro. A iniciativa foi organizada em parceria com a Secretaria de Defesa do Consumidor do Estado do Rio de Janeiro e contou com apoio técnico do Laboratório de Identidade e Qualidade de Alimentos.
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), a operação destacou o papel desses profissionais na defesa do consumidor, assegurando a qualidade e a segurança dos alimentos ofertados no país. A atuação, ressaltou a entidade, começa antes da produção e acompanha todas as etapas da cadeia até o produto final chegar à mesa.
Durante a fiscalização, foram verificadas irregularidades comuns, como a reutilização de garrafas de azeite extravirgem para reabastecimento com óleos de qualidade inferior, mantendo-se o rótulo original. Essa prática induz o consumidor ao erro, já que o produto servido pode não corresponder ao indicado na embalagem. Além da verificação, a ação teve caráter educativo, com orientações a consumidores e proprietários de estabelecimentos sobre a importância da correta identificação do produto.
O auditor fiscal federal agropecuário Paulo Gustavo Celso destacou que a iniciativa demonstrou boa receptividade por parte dos locais vistoriados. “Essa ação foi interessante porque mostrou uma boa adesão dos estabelecimentos, ao menos não houve nenhum tipo de incidente. Houve orientação durante a fiscalização, e acredito que esse tipo de iniciativa é importante como ferramenta de direcionamento de uma política de análise de risco, para verificar exatamente o produto que está sendo disponibilizado à população. É claro que, no recorte amostral, o planejamento dos pontos de coleta precisa ser estudado”, afirmou.
Já o auditor fiscal federal agropecuário Kléber Basso informou que cinco equipes visitaram restaurantes e coletaram amostras dos azeites servidos em mesas e buffets. O material recolhido será analisado no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Porto Alegre (RS), em conjunto com a Embrapa, com resultados previstos para outubro. “Às vezes, o azeite oferecido não é o mesmo que está na rotulagem. Utilizam a garrafinha apenas como refil e, na cozinha, há um galão de azeite que abastece essas embalagens. Nesse caso, a suspeita é de que o produto seja de baixa qualidade”, explicou.
A operação também incluiu um dia de treinamento para equipes de fiscalização, com participação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Embrapa Agroindústria de Alimentos. O Mapa apresentou ações realizadas em âmbito nacional para combater a adulteração de azeites, enquanto a Embrapa demonstrou técnicas sensoriais utilizadas para identificar características autênticas e possíveis irregularidades.
O presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, destacou que o trabalho dos auditores fiscais federais agropecuários é uma forma de proteção à sociedade. “Somos responsáveis por assegurar que produtos como azeites, carnes e leite cheguem à mesa dos brasileiros com qualidade e segurança. Quando se tenta flexibilizar regras de inspeção, é o consumidor quem fica exposto a riscos. O cliente merece respeito e transparência, e é por isso que seguimos firmes na missão de proteger a saúde da população e a credibilidade do agronegócio brasileiro”, afirmou.
Fonte: FSB Comunicação – Assessoria Anffa Sindical
Publicação: Feed&Food
