O material é da Embrapa a pedido do Dipoa e pode ajudar na melhoria de condições de trabalho da categoria
Durante reunião conjunta entre os membros do CDS (Conselho de Delegados Sindicais) e a Direx, ocorrida na tarde desta quarta-feira (20/6), a AFFA (Auditora Fiscal Federal Agropecuária) Elenita Ruttscheidt Alburqueque fez uma apresentação do trabalho sobre a importância da modernização da inspeção de suínos com base em risco.
O projeto é da Embrapa, solicitado por encomenda do Dipoa, onde a AFFA está lotada, na região de Santa Catarina. A palestrante fez um apanhado da ideia do trabalho, que começou após algumas observações de colegas da região de que algumas patologias, a exemplo da cisticercose, não se repetiam com frequência, se comparado a décadas atrás. A observação, assim como outras que estão diretamente ligadas ao trabalho rotineiro dos AFFAs médicos veterinários, ajuda a detectar a possibilidade de eliminação de alguns procedimentos, de maneira a modernizar a inspeção desses animais nos sistemas ante mortem e post mortem.
“Nosso antigo regulamento é da década de 50, numa época em que parte das criações era de fundo de quintal e havia, consequentemente, uma maior exposição dos animais, só que doenças daquela época não ocorrem mais e o nosso sistema de inspeção tem que mudar para acompanhar essa demanda”, explicou.
Com dados coletados no estudo da Embrapa sobre as condenações relacionadas à zoonoses, entre 2012 e 2014, Elenita Ruttscheidt Alburqueque detalhou números poucos expressivos para doenças como cisticercose (0,0013%), erisipela (0,0045%), linfadenite (0,069%) e sarcosporidiose (0,0005%).
A AFFA explicou que o tema modernização já vem sendo discutido em vários países exportadores e, por isso, a necessidade de o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que já está de posse do material, se empenhar na discussão.
O projeto passa por quatro etapas, que incluem análise de dados do SIGSIF, avaliação e priorização de risco, produção de dados complementares, levantamento da legislação com adequação de procedimentos, treinamento e implantação de pilotos (nos municípios de Concórdia, Uberlândia, São Miguel do Oeste, Bel Pará e Toledo) e análise econômica.
“Identificamos, por exemplo, que o tempo para um fiscal prestar serviço em frigorífico não é suficiente porque a demanda é muito maior que a quantidade de pessoal; mas, neste trabalho teremos, por exemplo, o tempo suficiente para ele cumprir certa atividade a contento. Esse e outros indicativos serão essenciais para o Sindicato ficar atento porque ajudarão a melhorar as condições de trabalho dos colegas”, alertou.