Passageiro vindo do Japão é reincidente e foi identificado através de sistemas de inteligência
Seis exemplares de bonsais trazidos irregularmente do Japão foram apreendidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, graças à atuação do sistema de inteligência dos auditores fiscais federais agropecuários, na última sexta-feira (9). As plantas, que estavam sem autorização de importação e sem o certificado fitossanitário exigido, apresentavam organismos vivos nos galhos — incluindo aranhas — e foram encaminhadas para destruição, conforme prevê a legislação brasileira.
A detecção da carga irregular foi possível por meio da ação integrada entre o Setor de Fiscalização de Viajantes (SEFVIA) do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e a Receita Federal. A operação baseou-se em critérios de gestão de risco, e a bagagem estava em posse de um passageiro reincidente, já flagrado anteriormente com itens irregulares.
De acordo com o diretor de Comunicação do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, Montemar Onishi, com o alerta, os passageiros foram inseridos no sistema informatizado para seleção dos alvos e direcionados para a bancada do Vigiagro. “Fizemos o procedimento de inspeção de rotina, a abertura das malas na presença dos passageiros e foi verificada a presença dessas seis unidades de bonsais. Como não havia autorização de importação, certificação fitossanitária e nenhuma documentação, os bonsais foram apreendidos e encaminhados para destruição, conforme a determina a instrução normativa”.
Os auditores identificaram, ainda, diversos aracnídeos entre os bonsais (vídeo abaixo). “Como a preocupação era de logo embalar o material para dar a destinação adequada e evitar fuga de algum espécime, conseguimos registrar apenas uma imagem de aranha, mas haviam outras. Como foi uma análise muito rápida, com a evidência de presença de pragas, e considerando a pressa de dar o fim ao material, não houve identificação precisa de espécie ou gênero dos aracnídeos”.
Embora nem todos os organismos vivos encontrados possam ser classificados como pragas agrícolas, a presença de seres não autorizados em material vegetal sem certificação representa um risco real à segurança fitossanitária do país. Casos anteriores envolvendo bonsais trazidos irregularmente identificaram, inclusive, lagartas da espécie Dendrolimus spectabilis, praga exótica perigosa e ainda ausente no Brasil.
“A atuação dos Auditores Fiscais Agropecuários, amparada por um robusto sistema de inteligência e pela análise criteriosa de riscos, é fundamental para impedir que pragas entrem no Brasil por meio de cargas aparentemente inofensivas”, destaca o diretor do Anffa Sindical. “Trata-se de uma linha de defesa essencial para proteger a biodiversidade, a agricultura e a economia do país.”
As fiscalizações em aeroportos são parte da estratégia nacional para evitar a entrada e disseminação de pragas e doenças que possam afetar a produção agropecuária, os ecossistemas naturais e a saúde pública. O Anffa Sindical reforça a importância do fortalecimento contínuo das estruturas de vigilância e da valorização dos profissionais responsáveis por essa linha de frente da defesa agropecuária brasileira.
Assessoria Anffa Sindical – FSB Comunicação
