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ANFFA se mobiliza para regulamentar adidância agrícola e o vigifronteira

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As duas áreas estratégicas motivaram debates no VI Congresso Nacional da carreira, no Rio de Janeiro.

Antes mesmo de iniciar o V painel sobre “O papel das adidâncias e a importância para o país e a carreira”, o presidente do ANFFA Sindical, Janus Pablo, anunciou que o Sindicato está lutando pela regulamentação da adidância agrícola como carreira. E antecipou que o Vigifronteira também está incluído nessa estratégia. “Queremos discutir agora e nos próximos anos o papel do auditor fiscal federal agropecuário em áreas estratégicas. E a adidância agrícola é muito importante para o futuro da nossa carreira, num contexto não só de segurança alimentar, mas pós-pandêmico, de segurança nacional”, informou.

Segundo ele, os alimentos se tornaram tão estratégicos que entraram em outra área muito importante, de segurança nacional. “Tendo em vista essas áreas estratégicas vamos tratar de mais uma e eu incluo o vigifronteira”, revelou e afirmou que o Sindicato vem trabalhando intensamente nesse sentido, para que se tenha o mais rápido possível, a regulamentação dessas duas carreiras: o vigifronteira e a adidância agrícola. 

Em seguida, Pablo destacou que os painelistas fariam essa abordagem mais ampla, inclusive tratando de questões históricas. “Mas, é importante ter no radar, olhando para o futuro, a exclusividade dessas áreas. É um desafio, não é fácil, nós vamos ter que lutar por isso, porque há outras carreiras interessadas”, alertou.

O presidente também chamou a atenção para a oportunidade de discutir o tema nesse painel. “Nós, aqui, teremos a oportunidade de vivenciar carreiras que tiveram implantação da sua adidância, nos últimos anos, como a do nosso colega, Hugo Alberto Lazar, que é o presidente da Intelis, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado, que representa os oficiais de inteligência e outros servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). E teremos também o Marcel Moreira Pinto, ex-adido, atualmente lotado na Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/Mapa), e que já esteve na Arábia Saudita, no posto de adido agrícola”, destacou.

Na sequência, mencionou outro convidado, o ex-secretário de Relações Internacionais, Odilson Ribeiro, um dos principais nomes da área, que protagonizou toda a origem da adidância, além de estar muito atualizado com relação ao tema.

Como moderador do painel, Janus Pablo lembrou que a adidância foi implantada na gestão do ex-ministro Reinhold Stephanes, por meio do Decreto nº 6464, de 2008. “Iniciamos a adidância com oito postos. Hoje, temos 29 adidos em 27 países, sendo dois adidos na China e na União Europeia”, informou.

Hugo Lazar, da Intelis, falou sobre a experiência na montagem das adidâncias e dos desafios internos e externos para concretizar esse objetivo. Destacou o desafio de olhar para o mundo. “Não podemos, como carreira de estado, estar longe da nossa atuação mundial”, afirmou e trouxe todo o contexto de criação das adidâncias, que foi iniciada na Argentina, fora da embaixada, nos três primeiros anos, e que depois avançou para o Paraguai e Colômbia. “Foram as três primeiras adidâncias que tivemos no mundo, as pioneiras. Por um longo período foram as únicas”, ressaltou.

Segundo Hugo, a partir desse momento, foram os responsáveis pela montagem e funcionamento de vários centros de inteligência, denominados de grandes eventos: Jogos Panamericano (RJ), Copa do Mundo, Copa das Confederações e as Olimpíadas (2016). “Naquele momento percebemos o quanto o mundo olha para nós (Brasil) de forma diferenciada. Era preciso entender o mundo para nos entender”, contou.

Informou que a partir de 2016, as adidâncias foram ampliadas. No total, foram abertas 17 adidâncias, com projeto que incluiu presença nos países dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e seguiram adiante. Lazar trouxe todo o histórico e desafios desse processo e reforçou que o trabalho de adidância deve ser pautado pela cooperação entre adidos e por coordenação dentro da embaixada. “Hoje, o Brasil é o oitavo país com mais postos diplomáticos no mundo. Só perdemos para a China, Estados Unidos, França, Turquia, Reino Unido, Rússia e Alemanha”, destacou.  Além disso, são 138 embaixadas, 70 consulados, 12 missões permanentes e dois outros tipos de representações. “A capacidade que temos de apoiar a política externa do Brasil ainda pode crescer de forma razoável no mundo”, afirmou.

Formação da carreira

O Affa engenheiro agrônomo, Marcel Moreira Pinto, que foi adido agrícola na Arábia Saudita, compartilhou sua experiência na área. Entre outras questões, falou da imagem do agro brasileiro, que é importantíssima nesse contexto. Disse que a SCRI tem a preocupação em investir nessa imagem do agro e que os adidos agrícolas têm papel importante, porque entendem a realidade do país e podem transmiti-la lá fora.

Destacou a preocupação em relação a outras carreiras. “A atuação de um adido é muito complexa. É importante que entendam a complexidade das questões que envolvem o comércio internacional”, enfatizou. Ressaltou ainda a importância do aumento das exportações do agro para fomentar a careira. “Com certeza os adidos serão cada vez mais necessários e estratégicos, mas é importante que se preparem cada vez mais e cobrem que o Mapa também os prepare”, avaliou. Com relação a esse item, o presidente do ANFFA destacou a necessidade de affas que almejam a adidância desenvolvam habilidades para ocupar esse cargo. “É o futuro da nossa carreira, passa por isso. Principalmente, trabalhando com essas áreas de inteligência e com outras áreas”.

Quanto ao papel das adidâncias e a importância para o país e a carreira de auditor fiscal federal agropecuário, Odilson Ribeiro discorreu sobre a importância do agro brasileiro no cenário da adidância, o que, segundo ele, desperta o interesse muito grande de vários países, especialmente pela tecnologia aplicada nos processos agrícolas do país. 

Odilson mapeou uma série de questões e situações da carreira de adido agrícola, com exemplos e cases no decorrer de sua apresentação. Falou dos desafios atuais da carreira, como mostrar para o Mapa o quanto é importante a negociação agrícola internacional na valorização dos produtos brasileiros, por exemplo. Reforçou ainda, a necessidade da adidância agrícola estar vinculada aos servidores do Mapa, o que não ocorre hoje. Destacou ainda a importância de criação de legislação sobre a adidância. “Espero que no futuro os Affas tenham uma participação mais efetiva na SCRI e também nas adidâncias agrícolas como um todo”, concluiu.

Veja a íntegra do Painel V: O Papel das Adidâncias e a Importância para o País e a Carreira

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