Mais de 62 quilos de ratos empalados e dois abutres africanos de quase 6 quilos foram apreendidos por auditores fiscais federais agropecuários na bagagem de um passageiro que desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, vindo na Nigéria, na última quinta-feira (7). No total, ele transportava 102 quilos de produtos de origem animal e vegetal com alto risco sanitário e fitossanitário. A carga foi flagrada durante fiscalização realizada pelo Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), entre os itens encontrados estavam vegetais diversos (13,9 kg), artigos de madeira bruta (7,4 kg), conchas (1,7 kg), peixes (10 kg), ratos empalados (62,7 kg), couro (0,85 kg) e aves (5,8 kg).
O conteúdo da bagagem surpreendeu os auditores fiscais federais agropecuários pelo mau cheiro e também pela presença de duas aves da espécie grifo africano, um tipo de abutre considerado exótico, além da grande quantidade de ratos empalados. Segundo o próprio passageiro, parte dos itens seria destinada ao consumo e parte ao uso em rituais religiosos.
Porém, a entrada irregular de produtos de origem animal e vegetal, sem controle sanitário, representa uma ameaça real à saúde pública e à agropecuária brasileira. Animais silvestres, como as aves apreendidas, podem ser vetores de doenças graves, como a influenza aviária, que já provocou surtos em diversos países e ameaça diretamente a avicultura nacional. Já materiais como carnes, peixes e vegetais sem inspeção podem carregar pragas, bactérias, vírus e outros agentes contaminantes capazes de comprometer a produção agrícola, a fauna nativa e até causar zoonoses, doenças transmitidas dos animais para os seres humanos.
“Existe um perfil comum desses de passageiros que trazem materiais de rituais e os volumes das malas são bem típicos. Eles são selecionados no raio X ou pelos cães de faro e depois as malas são inspecionadas caso haja indicações nestas inspeções não invasivas”, explicou o diretor de Comunicação do Anffa Sindical, o auditor fiscal federal agropecuário Montemar Onishi, que participou da operação.

Punição
Diante da gravidade da situação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi acionado para avaliação ambiental. Foi aplicada multa no valor de R$ 149,8 mil, além de possíveis sanções penais que ainda serão avaliadas.
O passageiro também será integrado ao Sistema Brasileiro de Informações Antecipadas de Passageiro (Sisbraip). A ferramenta proporciona inteligência e automação na fiscalização de passageiros e bagagens, reforçando a segurança nacional, o controle sanitário e a vigilância agropecuária internacional, além de aumentar a eficiência das operações aeroportuárias. Desde sua implantação em 2022, já foram analisados mais de 399 milhões de passageiros e processados mais de 33,9 milhões de registros de voos.
Para o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, ações como essa são fundamentais para a defesa da agropecuária nacional. Por isso, é importante garantir estrutura, tecnologia e inteligência à vigilância agropecuária, em todas as suas frentes, seja em aeroportos, portos e fronteiras terrestres.
“É graças ao trabalho técnico e rigoroso dos auditores fiscais agropecuários que o Brasil consegue proteger suas fronteiras contra pragas, doenças e ameaças ambientais. Impedir a entrada de materiais contaminados ou de origem desconhecida é proteger a produção rural, a saúde pública e a credibilidade do país no mercado internacional”, afirmou o presidente do Anffa Sindical.
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