Por ocasião desta data, conversamos com a vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia – CFF, Lenira da Silva Costa. Para ela, o momento em que vivemos, em meio à pandemia do novo coronavírus demonstrou a importância da categoria. “Enfrentar a maior crise sanitária do nosso tempo, surgida inesperadamente, e ser reconhecida como uma categoria que estava preparada, que respondeu de forma instantânea, demonstra a consolidação do profissional farmacêutico como um dos mais capacitados e importantes da saúde brasileira.”
Nesse sentido, Lenira destaca o amor sublime dos farmacêuticos às pessoas, registrado por Carlos Drummond de Andrade, poeta e farmacêutico, conforme a seguir:
“Farmacêuticos, em todos os tempos e lugares, trazem mesmo lições de amor às pessoas. Aliás, para o farmacêutico, amar não é apenas o verbo transitivo direto que se aprende a conjugar, nas escolas. Amar é ação. A ação de servir, a qualquer hora de qualquer dia e em qualquer lugar. É cuidar, é promover a saúde, é salvar vidas.”
Com base na obra de Drummond, a vice-presidente do CFF cita incontáveis situações em que a atuação farmacêutica saltou aos olhos, como a incrível resposta dos laboratórios clínicos em todos os estados, com todo tipo de adaptação e inovação, para viabilizar um exame inédito em larga escala à população; as farmácias comunitárias e de manipulação, que foram sobrecarregadas e seguiram funcionando ao longo de toda a pandemia; as farmácias hospitalares; a indústria; as pesquisas sobre vacinas e medicamentos, que remetem ao ensino farmacêutico – são muitos exemplos tanto no âmbito público, quanto privado.
Para ela, a profissão farmacêutica tem feito um trabalho gradativo e continuado, que colhe resultados no reconhecimento da população, na valorização profissional e na conquista de quase 140 áreas de atuação atualmente regulamentadas pelo Conselho Federal de Farmácia, algumas extremamente específicas como a radiofarmácia.
Em uma análise dos dias de hoje, os farmacêuticos são protagonistas entre os Auditores Fiscais Federais Agropecuários, nos institutos técnico-científicos de perícia, na Anvisa e vigilâncias estaduais e municipais, nas forças armadas, nos laboratórios centrais, na cadeia logística dos medicamentos, nos hemocentros, nas práticas integrativas – demonstrando imensa diversidade de atividades, apenas no serviço público.
Para o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo, que também é farmacêutico, celebrar a data de hoje é motivo de muita felicidade, que traz consigo uma grande satisfação pelo fato de os farmacêuticos fazerem parte da equipe de AFFAs do MAPA. “Sabemos da importância do nosso papel para a defesa agropecuária brasileira. Temos ciência de que, com nossos conhecimentos farmacêuticos exercemos um papel singular e imprescindível para a auditoria e fiscalização agropecuária.”
Janus destaca ainda o valor dos profissionais farmacêuticos que ocupam cargos de coordenação e gestão no Ministério da Agricultura, que, com sua visão macro os possibilita atuar nas áreas animal e vegetal, contribuindo para o desenvolvimento sólido da agricultura nacional.
Nesse contexto, o presidente ressalta a necessidade de realização de concurso público para a carreira, que já não acontece desde 2014, destacando o crescimento exponencial das áreas de produtos veterinários, controle de controlados, farmacovigilância, entre outras, e que deve aumentar cada vez mais.
A vice-presidente do CFF finaliza ao destacar a atuação dos profissionais farmacêuticos na condução da pandemia de Covid- 19 e conclamando os colegas a seguirem engajados na luta pelos direitos da carreira. “Este 20 de janeiro é uma data para ser celebrada, para louvar sobretudo os colegas na linha de frente de enfrentamento desta pandemia, mas também de consciência de que temos muito a conquistar e a luta deve seguir firme!"
