Anffa e ONGs debatem os riscos do PL do Autocontrole para a saúde pública brasileira

Entidades afirmam que autofiscalização, realizada pelas próprias empresas, pode afrouxar inspeções, facilitar abates clandestinos, aumentar o sofrimento animal e colocar em risco a saúde da população.

Foto: Anffa Sindical

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) debateu, nessa quinta-feira (15), em audiência pública, o Projeto de Lei Federal 1.293/21, também conhecido por PL do Autocontrole. O PL permite que empresas privadas, que hoje são sujeitas a fiscalização de defesa agropecuária, se autofiscalizem, entre outras mudanças que afrouxam os trabalhos de inspeção. Após passar pela Câmara dos Deputados Federais, o PL ainda será debatido no Congresso Nacional antes de ir para votação no Plenário do Senado Federal.

No evento na ALESP hoje, a diretora de Relações Institucionais do Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), Consuelo Garrastazu, disse que o projeto não afrouxa apenas a fiscalização em abatedouros, mas coloca em risco toda a cadeia produtiva brasileira: insumos, ração, sêmen, sementes, produtos veterinários, entre outros.

De acordo com a diretora, os países que importam produtos brasileiros não aceitam a ausência de fiscalização pública. “Isto é, se o PL passar, a tendência é que os brasileiros passem a consumir produtos sem fiscalização adequada. Isso porque os auditores fiscais federais agropecuários (affas) ficarão alocados no setor de exportações. O resultado é que os países estrangeiros consumirão produtos brasileiros com certificação sanitária correta. Enquanto os brasileiros, que pagam impostos, vão ter que consumir carne, leite e inúmeros outros produtos sem a devida fiscalização”, explica.

As entidades voltadas à defesa do bem-estar animal que estiveram presentes na audiência alertaram sobre os riscos de o PL do Autocontrole facilitar os abates clandestinos. Além disso, de acordo com as ONGs, a proposta também pode permitir a ampliação das inúmeras não conformidades que já são flagradas em vários frigoríficos. Segundo as entidades, diversas empresas hoje já são autuadas por causar sofrimento animal e por tentar colocar no mercado produtos de baixos níveis de higiene e de salubridade. “Isto é, se o PL do Autocontrole for aprovado colocará a saúde pública dos brasileiros em risco”, alerta Consuelo.

Participaram da audiência Carla Lettieri, diretora executiva da Animal Equality; Cristina Mendonça, diretora executiva da Mercy for Animals; Consuelo Garrastazu, diretora de Relações Institucionais do ANFFA Sindical; Artur Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA); Paula Johns, diretora geral da ACT Promoção da Saúde; Isabelle Novelli, nutricionista e Integrante do Grupo de Trabalho de Controle de Agrotóxicos do Movimento Todos Juntos contra o Câncer (TJCC); e Matheus Zuliane, advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC). O debate foi organizado pela Animal Equality com o apoio das demais entidades e do Deputado Estadual Carlos Giannazi (PSOL) que também participou do debate.

 

CONTATO IMPRENSA

FSB Comunicação

Daniel Oliveira
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
(61) 9 9634.1870


 

Anffa Sindical

ANFFA Sindical é o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários
Setor Comercial Sul, Quadra 2, Bloco C, 4º andar, Ed. Jockey Club - 70.302-912 - Brasília, DF
(61)3224-0364 / (61) 3246-1599 / (61) 3968-6573