Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas) inutilizaram mais de 3.600 kg de farinha de mandioca fraudada em Maceió, Alagoas, desde o dia 13 de fevereiro. Outros 3.000 kg ainda aguardam para ser inutilizados. Os produtos continham a adição de quirera de arroz, grãos descartados no beneficiamento, estavam contaminados por insetos e continham corantes tanto artificiais quanto naturais, o que é proibido por legislação. O consumo da farinha adulterada poderia trazer consequências à saúde.
Os produtos foram inspecionados em setembro do ano passado e estavam com uma grande infestação de gorgulhos, uma espécie de besouros. Esses insetos, porém, não são encontrados normalmente na farinha de mandioca – que passa por temperaturas muito altas durante a torração – e sua presença é uma forte indicação da adição de pó de arroz à farinha.
Os Auditores Fiscais Federais Agropecuários perceberam a presença dos insetos durante a inspeção em setembro e mandaram sete amostras para serem analisadas em laboratórios. Apenas uma delas estava regular, enquanto nas outras, foi detectada a presença do gene Fosfolipase D, endógeno do arroz. Além disso, algumas amostras possuíam a adição do corante natural cúrcuma e de corantes artificiais, o que é proibido por legislação.
A farinha de mandioca é um produto consumido in natura, diferentemente do arroz, que pode causar alergias. Além disso, o material adicionado na fraude é a quirera de arroz, um subproduto do beneficiamento desse grão que é impróprio para o consumo humano. Já os corantes artificiais utilizados também podem trazer prejuízos para a saúde, uma vez que são cancerígenos.
Os Affas inutilizaram mais de 3.600 kg de farinha até o momento, e estão aguardando os documentos para a inutilização de mais 3.000 kg.
Re9 Comunicação
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